segunda-feira, 13 de maio de 2013

Certa vez, minha querida terapeuta, me disse: "com a mesma facilidade que você cai, você se levanta". Na hora, resolvi por entender como elogio. Típico do ser humano é poder interpretar uma mesma frase como elogio ou como ofensa, a depender do seu senso de humor no dia em que a frase é ouvida.

A frase me marcou tanto que em decorrência dela permaneci meses com a ideia fixa de tatuar uma fênix, simbolizando justamente minha morte e meu nascimento quase que diários. Acabei percebendo que sempre que algo de ruim ou em desacordo com o esperado acontecia, minha mente instantaneamente começava a formular planos B e soluções, então eu passei a acreditar que realmente tinha essa capacidade.

Lembrei dessa frase porque hoje, especialmente hoje, estou sentindo enorme dificuldade em levantar. A vontade é ficar na cama me lamentando, ainda que eu tenha plena consciência que isso não me levará a nada. Levantar é mais difícil quando você provocou o problema que te fez cair.

Assim, a conclusão que hoje chego, em um verdadeiro desabafo, é que de nada adianta termos enorme capacidade de nos construir e reconstruir, se formos utilizar isso como permissão para sermos auto-destrutivos. É um ciclo imbecil e sem fim e, o pior: de que adianta consertar algo que você sabe que logo mais irá quebrar de novo?

Talvez, se eu achasse que uma vez quebrado, seria impossível consertar, eu me esforçasse mais para evitar o evento danoso.

(Espero me levantar ao final dessa postagem, mas ao som de radiohead fica bem difícil parar de adorar a própria tristeza. Os pessimistas narcisistas são os piores, perdem horas adorando sua própria miséria, espero ainda não ter me incluído involuntariamente nesta categoria.)

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Coincidências Poéticas

Havia chegado aquele momento confuso em que ela se sentia perdida. Perdida no meio de tantas opções, tantas pessoas, tantos sentimentos e tantos planos. Resolveu entrar de cabeça numa fase solitária, que resolveu intitular de sua fase Eleanor Rigby. 

Tinha decidido se fechar para o mundo por um tempo, decidido se enclausurar em um casulo interno.

Depois de ir a aula, onde as 30 pessoas da classe não trocavam palavras, ela resolveu ir ao cinema. Sequer tentou chamar amigos. O filme que ela pretendia ver tinha saído de cartaz no dia anterior, ela, então, escolheu um filme aleatoriamente, quase numa espécie de "mamãe mandou" mental. Acabou vendo Elena, no cinema do espaço cultural Itaú, na Rua Augusta.

O filme começou. As cenas eram lindas, o filme gravado de uma maneira bem alternativa. Ela se sentia bem vendo aquele filme em sua própria companhia. Despreocupada se parecia ou não demasiadamente solitária para os demais espectadores do cinema. Com o passar do filme, começou a lagrimar. Ela achava estar lagrimando por causa da história do filme, mas a verdade é que, as vezes, as pessoas precisam assistir um filme triste pra ter uma justificativa para expelir suas lágrimas.

Ao sair do filme, contudo, surgiu nela uma súbita vontade de se arrumar. Foi no banheiro e passou batom, também ajeitou o cabelo. Saiu perambulando, ora reparando nos seus passos, ora nos detalhes da fisionomia das pessoas passando. Era sexta-feira, a Augusta estava repleta de transeuntes. Uma das pessoas em que reparou mais detidamente foi num homem branco, muito branco, olhos azuis, braços cobertos de tatuagem. Sentiu que ele havia olhado de volta, então desviou o olhar e acreditou ter sido só impressão sua.

Em questão de segundos, alguém pegou no seu ombro. Era o homem branco. Ela ficou nervosa e mal conseguia entender o que ele dizia, parecia uma alucinação. Então ela finalmente entendeu o que ele dizia: "Você me chamou atenção, por algum motivo e vai tomar um café comigo". Ela instantaneamente recusou, como em um ato de fidelidade a sua solidão. Ele insistiu, ela perguntou onde o café seria tomado, ele apontou pra padaria/bar que estava ao lado deles. A Augusta é repleta desses estabelecimentos em suas esquinas. Eles entraram, ela tremia. Eles conversaram em questão de minutos sobre a vida, cinemas e seus afazeres. Depois ela se levantou, não querendo estragar aquele momento prolongando-o demais.

Se despediram. Ele pegou o telefone dela. Então, eis que, ao ir embora, ela sentiu um sorriso brotar em seu rosto. E logo começou a analisar que as chances daquele acontecimento ter ocorrido eram muito remotas, e ainda assim ele ocorreu. Ela poderia ter visto um filme mais longo, podia não ter ido no banheiro se arrumar, poderia ter se arrumado naquele dia de uma maneira que não teria chamado a atenção dele.

Era absurdo o quão improvável aquele encontro tinha sido. Apesar do metrô ser a maneira mais rápida de chegar em casa, depois daquele evento ela resolveu ir andando pra casa. Passou por um palhaço entretendo motoristas, um mendigo dançante, um saxofonista.... E, de repente, ao invés de ficar adorando sua própria solidão em um ritual existencialista, ela só conseguia pensar naquele encontro, naquela coincidência poética.

São Paulo estava cheia daquelas coincidências poéticas, mas ela só enxergava agora. Se despediu de sua solidão, resolveu que precisava dar um tempo. Era hora de trocar a solidão pelo mundo e tudo que ele parecia ter a oferecer...

domingo, 5 de maio de 2013

Ch-ch-ch-ch-changes!

When you are sick and tired of the things the way they are, it's time to reinvent. And the first and most difficult task of that process is to reinvent yourself. 

Reinventing or improving, name it the way you want. The point is that to be a better human, or even just to live with yourself, changes are necessary. 


And nobody is saying you are not gonna get screwed in the middle of the reinventing process, and even that you are gonna find what you need to change right away. Their is no fucking manual. But you either change what you hate or you learn to live with it. And for those who just can't bare living with something they hate: Let's do some fuckin changes, babies!


Or as my dear Bowie would say:COME AND FACE THE STRANGE! CH-CH-CH-CH-CHANGEES!