Existir é bem mais difícil do que parece. Ou talvez, existir seja, na verdade, bem mais simples do que me parece. Sempre me perguntei o que diferenciava as pessoas que passam pelo mundo achando tudo "normal", sem questionar profundamente porque elas existem das que questionam e tentam entender tudo, ao menos tudo ao seu redor (até hoje não consegui a resposta e, ao que me parece, nunca vou conseguir).
Algumas pessoas não questionam, não duvidam, elas simplesmente existem.
Simplesmente existir, entretanto, sempre me pareceu de uma mediocridade chata da qual eu não queria jamais fazer parte. Mal eu sabia, quando optei por refletir demais sobre tudo que pensar.... bem, pensar dói.
Não me entendam mal, é claro que todas as pessoas pensam, mas a grande maioria só pensa o suficiente. "Como arranjar um marido?", "Como arranjar um emprego?", "O que vai ter pra comer no almoço", "A roupa da fulana é ridícula", etc.
Existir seria tão simples se esses fosses os únicos questionamentos possíveis no cérebro humano.
Meus sentimentos em relação às pessoas que só pensam coisas que eu considero banal variam de uma inveja profunda delas para um absoluto desprezo por elas. A inveja vem do fato de que eu jamais serei capaz de levar a vida com a simplicidade que eles levam, ante a minha total incapacidade de aceitar sem questionar. O desprezo vem da minha consciência dos danos que foram causados pelas massas que simplesmente aceitaram coisas que foram impostas.
e no final das contas, tudo se resume à mesma frase de sempre: where ignorance is bliss, 'tis folly to be wise. O problema é que ninguém descobriu ainda como voltar a ser ignorante...